Você conhece o Mal de Alzheimer? (II)

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Continuação da matéria sobre a palestra da Profª. Maria Aparecida A. Guimarães, da Apaz – Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer, Doenças Similares e Idosos Dependentes, proferida a 3/5

Algumas experiências da Apaz no tratamento da Doença de Alzheimer

Editamos algumas experiências sublinhadas pela Profª. Maria Aparecida A. Guimarães, em sua palestra, a 3/5, com objetivo de informar e conscientizar os/as Associados/as da Conape sobre os possíveis sinais da doença de Alzheimer. A palestrante é presidente da  Apaz – Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer, Doenças Similares e Idosos Dependentes. A Apaz e a Conape estão disponíveis para auxiliar sobre o tema.

O cuidador pode estar com uma série de problemas (pessoais e/ou profissionais), mas deve evitar transferi-los para o paciente. Se transferir, o assistido não entenderá, podendo ficar agressivo, confuso e depressivo.

O Alzheimer é uma doença neurológica. Assim, é fortemente recomendado que a pessoa que esteja com os sintomas principais da doença procure um médico neurologista. Como o Alzheimer atinge fortemente o público idoso, aconselha-se também a consulta junto a um geriatra – “que tem, por obrigação, conhecer a doença”, sublinhou a Profª Maria Aparecida A. Guimarães.

O geriatra é importantíssimo. Mas outros especialistas podem ser consultados, como, por exemplo, um psiquiatra, quando do surgimento de mudanças de comportamento da pessoa idosa.  No entanto, a professora dá uma dica importante: o idoso, às vezes, não tem só a demência; tem problemas cardíacos, pressão alta, diabetes, entre outras patologias. Logo, procurar vários especialistas seria extremamente trabalhoso. Para sistematizar melhor uma consulta médica, é fortemente recomendado que o idoso procure um geriatra, que conseguirá avaliar todas as demandas do paciente (a cesta de medicamentos utilizada) e orientar adequadamente.

O psiquiatra ajudará especialmente quando começam os estudos de comportamento – paciente que troca o dia pela noite, está agressivo, depressivo –, questões difíceis de um familiar lidar no dia a dia. O geriatra até pode ajudar, mas é recomendável um psiquiatra para mudanças de comportamento do idoso.

Há prevenção para a demência? “Oficialmente, não”, respondeu a Profª Maria Guimarães. Existem mais de 100 tipos de demência – por Alzheimer, a vascular, a diabetes, por Parkison, pela falta de vitaminas, por tireoide, sífilis, alcoolismo, drogas, entre outras. Mas a maior causa de demência é pela Doença de Alzheimer. A doença atinge, basicamente, um público na faixa etária a partir dos 65 anos. Embora o Alzheimer seja uma doença do envelhecimento, há casos de pessoas que contraiu a doença aos 45 anos de idade, como destacou a professora em casos descobertos na Apaz.

Cinto de segurança. A  Profª Maria Guimarães fez uma analogia da prevenção com um cinto de segurança: “Os dois protegem, mas não garantem”. O importante é investir no capital saúde. Primeiro, aposentar não é colocar o pijama e ficar dentro de casa sem fazer nada. É importante fazer coisas que gostaria de ter feito, como estudar um instrumento musical, fazer cursos de canto, dança, idiomas, entre outras atividades. Segundo, é importante manter a motivação intelectual,   nossos “neurônios estimulados”, e não ficar parado, ler livros, trocar ideias, fazer Palavras Cruzadas, lazer (“não dá para se esconder da sociedade…”), alimentação saudável (evita uma série de anomalias – pressão alta, diabetes, etc.). Terceiro, atividade física (“está mais que comprovado que traz benefícios para saúde – uma caminhada, uma musculação, um pilates, esporte, etc., – sem exageros, dentro dos limites e preferências de cada um. Atividades feitas de má vontade não traz bons resultados”). “Isso tudo vai evitar que eu venha a ter demência? Não, mas podemos postergar a doença”.

O documentário “Alzheimer: mudanças na comunicação e no comportamento”, exibido na palestra,  destacou que a Doença de Alzheimer é uma patologia neurológica, degenerativa, progressiva e irreversível. É a mais comum das demências que atingem a população idosa, em todo o mundo. Sua evolução é lenta e varia de paciente para paciente. É uma doença que atinge toda a família, pois muda totalmente o cotidiano de seus integrantes. Traz forte impacto emocional, sobretudo para os que assumem a função de cuidador. Em geral, o doente não sofre, mas a família sim. A única coisa que resta a fazer é manter o paciente bem abrigado, alimentado, tratado com carinho e atenção aos medicamentos. O cuidador passa a ser o elo entre o mundo perdido do paciente e o mundo real que o cerca.

“A confusão mental, em função do avanço da demência, não afeta só o paciente, toda a família e amigos podem ficar atordoados, confusos, pelo comportamento da pessoa. A compreensão é a melhor maneira para eliminar a nuvem de confusão e tomar controle da situação. Tente entrar no universo do doente, ao invés de querer que ele retorne ao nosso.”

“Para que o paciente viva em melhores condições, a família precisa estar bem. O paciente necessita, acima de tudo, de carinho e paciência. Mas os familiares têm direito de continuar suas vidas, de forma saudável. Quanto mais unida estiver a família, mais fácil será o enfrentamento desta longa tarefa.”

(Trechos do documentário “Alzheimer: mudanças na comunicação e no comportamento”)

Fonte: Conape Notícias nº 31 (jul-ago/2016).

Fotos: José Moutinho e imagem destaque Pixabay.

Leia também: Você conhece o Mal de Alzheimer (4/7/16).

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