Homenagem ao combatente Ivan Alkmim

Nesta primeira edição do seu novo informativo, a Conape presta homenagem ao seu ex-diretor Ivan Alkmin, falecido no dia 02/03, último, na cidade de Barreiras (Bahia), onde foi sepultado no dia 03/03. Com extensa lista de serviços prestados ao Brasil e ao povo brasileiro, Ivan Alkmin continuará vivo entre nós.

alkmimAlkmin, que esteve na diretoria da Conape de 2002 a 2011, além de destacado petroleiro, foi aeronauta, advogado e combatente das causas sociais e democráticas. Ele lutou por um Brasil livre, soberano e justo. Foi um advogado militante, sendo presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), na gestão 2002/2004. Em 14/09/2005, o IAB inaugurou seu retrato na Galeria de Presidentes do Instituto. Alkmin, também, está nos Anais da Conape, do Sindicato dos Aeronautas e da Nação brasileira.

No Rio, onde Alkmin tanto lutou, foi realizada uma missa de 7º dia, no dia 10/03, na Igreja Nossa Senhora do Monte do Carmo, no Centro.

Em 23/03, o IAB realizou uma concorrida sessão solene em homenagem ao Dr. Ivan Alkmin. Coube ao ex-presidente do IAB, Dr. Celso da Silva Soares, gestão 2004/2006, proferir discurso em homenagem a Alkmin.

Antes do seu discurso, Celso Soares, saudou a presença dos familiares do Alkmin e disse estar “satisfeito” pela designação do IAB para que proferisse discurso naquela sessão solene. Celso sublinhou uma característica fundamental de Alkmin: “um combatente das lutas da advocacia e do povo brasileiro”.

Celso Soares resgatou que, antes de se formar em Direito, Alkmin foi um trabalhador – um rádio-navegador da extinta empresa de aviação comercial Panair do Brasil. Nesse período, Alkmin se destacava em defesa dos aeronautas. E por conta da luta em defesa dos trabalhadores, Alkmin foi perseguido e demitido pela direção da Panair. Alkmin foi diretor do Sindicato dos Aeronautas e entrou para a “lista negra” da Ditadura Militar, sendo considerado subversivo.

Como empregado da Petrobrás, após à Panair, Alkmin também lutou em defesa dos petroleiros, sendo também perseguido pela Ditadura Militar. Demitido da Petrobrás, Alkmin respondeu a diversos inquéritos e foi, inclusive, encarcerado pelos militares ditatoriais.

Celso Soares lembrou que Alkmin se formou “tardiamente” em Bacharel de Direito, deveria ter cerca de 40 anos de idade, pela Universidade do Estado da Guanabara, antiga Faculdade de Direito do Catete, onde também concluiu o curso de mestrado. Na sequência, Alkmin começa a participar das atividades em defesa dos advogado, mas também da luta pela democracia e contra a ditadura.

Para Celso Soares, Alkmin fez jus ao que dizia Sá Vianna, em seu livro comemorativo aos 50 anos do IAB, em 1893. Sá Vianna dizia que o ex-presidente do IAB, Joaquim Saldanha Marinho (1873/1892), converteu-se em militante da causa dos advogados e das questões jurídicas. Assim, Celso sublinhou que Alkmin também fez o mesmo, ultrapassou questões doutrinárias e lutou em defesa dos juristas e do povo brasileiro.

Entre tantos feitos, Ivan Alkmin publicou a obra “O Advogado e sua identidade profissional em risco”, de 2001 (Editora Destaque), bem como pelo presidiu por três mandatos consecutivos a Caixa de Assistência aos Advogados do Rio de Janeiro – CAARJ. O IAB destacou que Alkmin, também na CAARJ, “imprimiu sua marca” e “patamar altaneiro” à OAB.

Discurso de Alkmin, em sua posse no IAB.

Fonte: José Moutinho/Conape Notícias nº 1 (abril, maio e junho/2011).

Foto: IAB.

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