Heitor Pereira, presente!

Quando se discute os rumos do setor petróleo no Brasil, notadamente com a descoberta do pré-sal pela Petrobrás, diversos nomes de destacados brasileiros afloram em nossa memória. O nome do legendário engenheiro Heitor Manoel Pereira (1925-2008) é um deles, e que já pertence a galeria de bravas lideranças que idealizavam e concretizaram o Sistema Petrobrás, dotando o Brasil de soberania no setor petróleo.

Nesse sentido, cabe destacar que o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura e Agronomia (Confea), em uma justa decisão plenária, realizada nos dias 25 a 27 de maio, último, homenageou o ex-presidente da Conape, engenheiro Heitor Pereira, no Livro do Mérito do Sistema Confea. O mérito a Heitor, que também presidiu a Aepet, foi por seus relevantes serviços à engenharia nacional.

É mais um ensejo para lembrarmos as ideias de Heitor no setor petróleo, onde foi sempre intransigente defensor da Petrobrás, do monopólio estatal do petróleo e da soberania nacional. Em entrevista à Rádio Petroleira, no dia 24 de janeiro de 2008, Heitor dividiu a mesa com a jornalista Fátima Lacerda, os diretores do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano e Abílio Tozini. Na oportunidade, Heitor fez uma análise sobre o crescimento da Petrobrás no cenário internacional, o aumento de produção nacional de óleo e gás, entre outros temas. Na entrevista, o anistiado Heitor combateu a Lei 9478/97, que abriu o setor para as multinacionais e defendeu uma nova legislação que devolva a soberania do país na exploração e produção do nosso “ouro negro”.

“O petróleo deve ser usado na petroquímica”

Analisando a conjuntura internacional, Heitor disse que em função do permanente aumento do preço do barril de petróleo e a dinâmica da produção nacional da matéria prima, o Brasil não tem mais necessidade de prosseguir com leilões do energético. Disse, também, que a discrepância da produção internacional de óleo, onde a oferta não acompanha a demanda e o alto preço do barril da matéria, são argumentos para que o país não realize mais leilões, uma vez que fica demonstrada a importância estratégica do Brasil deter o seu petróleo.

Heitor destacou, também, que a autossuficiência da Petrobrás na produção de óleo, atingida com a descoberta do Campo de Tupi, é suficiente para pôr fim aos leilões. “Só por esse motivo, não há mais necessidade do Brasil fazer mais leilões”.

Para ele, a mídia grande propagandeia, erradamente, a utilização do petróleo como combustível. “A aplicação mais pobre do petróleo é como combustível. As pessoas devem saber que 70% dos bens que utilizam no dia a dia é oriundo de petróleo”. Mais um motivo para o Brasil por fim à insistente exportação do nosso petróleo.

Heitor Pereira, presente!

Fonte: Conape Notícias nº 1 (3º trimestre/2011).

 

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