SOLIDARIEDADE

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Abelardo Rosa Santo*

Emocionei-me outro dia com o noticiário das TVs ao acompanhar as manifestações ocorridas em diversas capitais da Europa, com a população sendo solidária com o drama que atinge os refugiados das guerras no Oriente Médio. Foi uma clara demonstração contrária às posições dos dirigentes, que têm sido insensíveis a esse drama humano de tão profunda gravidade.

Os habitantes de alguns países europeus saíram para a rua demonstrando que esses refugiados são bem-vindos, são irmãos que serão recebidos com alegria em suas residências. Em algumas cidades houve o contato direto com grupos de refugiados e, nesses lugares, houve uma confraternização empolgante.

Em outras cidades as manifestações se realizaram em frente de edifícios públicos pertinentes ao assunto. Tais movimentos alimentam a nossa esperança de que o sentimento humano está em evolução, apesar dos dirigentes políticos.

Infelizmente, esse comportamento solidário ainda encontra resistência nas parcelas mais conservadoras da população, principalmente por razões religiosas, o que é lamentável. Mais lamentável ainda é o comportamento dos dirigentes da Hungria, que seria usada apenas como passagem e, no entanto, tem usado e abusado da violência, lembrando os famigerados comboios do holocausto nazifascista.

Parece-me que essa dissociação entre os dirigentes políticos e os objetivos da sociedade está se alastrando por todos os países. Estamos vivendo, creio eu, uma crise de representatividade. Os dirigentes políticos não mais representam os seus eleitores, não realizam os anseios de seu povo.

Louvemos a solidariedade entre os seres humanos.

* Presidente da Conape.

Fonte: Conape Notícias nº 26 (set-out/2015).

Foto: Anistia Internacional.

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